Diogo Cosentino

A construção de um bom portfólio em UX ou Design de Produtos traz alguns desafios bem específicos, como apresentar não só as soluções e propostas finais, mas também o processo para se chegar a essas soluções. Quando eu analiso um portfólio, eu procuro pelas seguintes informações: (1) qual era o  desafio inicial e como o(a) designer chegou a ele; (2) quais as metodologias de pesquisa utilizadas, bem como o porque de terem escolhido essa ou aquela metodologia; (3) quais foram os insights levantados; (4) como foi a apresentação e o alinhamento desses insights com as demais áreas envolvidas; (5) como esses insights levantados foram tangibilizados e validados; (6) como isso tudo foi traduzido em UI; e, sempre que possível, (7) qual foi o resultado depois que a proposta entrou em produção (tanto em métricas como em retorno para a empresa/negócio).

Mesmo que o(a) designer não tenha acompanhado o projeto do início ao fim ou não seja responsável por todas as etapas (como em projetos de consultoria ou quando as etapas de UX e o UI são desenvolvidas por diferentes profissionais), a preocupação em trazer todas ou o máximo possível de informações do projeto me mostra que ele(a) tem uma visão mais estratégica do projeto e de seu papel nele, pontos fundamentais para avaliar sua experiência. São, também, informações que impactam (ou deveriam impactar) suas decisões e a conversa fica muito mais rica quando ele(a) consegue trazer isso para o case.

Por último, eu me preocupo em entender qual foi a duração do projeto (quanto tempo havia para entregar a proposta e como isso impactou suas escolhas) e quais foram as barreiras e problemas que ele(a) encontrou para entregá-lo. É sempre interessante encontrar um “case de fracasso”, que demonstre as dificuldades encontradas e o que o(a) designer fez para contorná-las.


Diogo Cosentino é head de UX no Guia Bolso e professor